O economista e jornalista Rodrigo Constantino falou sobre o preconceito existente na sociedade – e em especial na grande mídia – contra os evangélicos e a defesa de valores conservadores que é feita por cidadãos desse segmento.

A avaliação de Constantino sobre o cenário foi feita durante sua participação no podcast Ideias, do jornal Gazeta do Povo.

“A coisa mais fácil que tem é ser uma ateu inteligentinho, como diz o [filósofo Luiz Felipe] Pondé aos 15 anos de idade. Quase todo mundo flertou com alguma coisa parecida um dia, assim como com esquerdismo. Eu nunca fui atraído pelo esquerdismo, mas faço meu mea culpa, flertei com esse ateísmo militante”, admitiu  jornalista.

“A verdade é que é muito fácil isso, não é? É quase comovente ver o grito de revolta contra o Pai. Quer matar Deus, de alguma forma. Então, tudo isso ajuda a gerar esse preconceito contra os evangélicos no Brasil”.

“Muitas imagens correram o país de bispos ensinando como extrair o máximo de dinheiro dos crentes, aquela coisa do ‘tá amarrado’, ‘joga seu óculos fora que você vai enxergar’, ‘voltou a andar’. Embusteiro tem, picareta existe, em toda profissão, toda área. No jornalismo tem um monte. Na política é o que mais tem. Na medicina tem muitos. E por aí vai. Economia tem um monte: você pega ali toda escola de Unicamp, desenvolvimentista, é quase tudo magia, superstição e crenças já refutadas pela boa teoria lógica e pela experiência empírica”.

“Como isso se destacou na área da religião, principalmente dos evangélicos, ficou esse estigma, essa ideia de que é tudo igual. Minha esposa, quando fazia psicologia, faculdade, tinha lá uns três ou quatro evangélicos que queriam ser pastores, ou já eram pastores, infiltrados para aprender técnicas de sedução da mente, coisa parecida, para aplicar isso na sua área. Agora, eu já vi muita gente séria, fazendo um trabalho bonito, de caridade, de escuta e suporte, e aplacar essas angústias e transmitir valores”.

“O pessoal fala ‘religiões dos ex’; ‘ex-drogado’; ‘ex-bandido’. Mas, olha: muitas vezes, é quem está dando um pilar. Porque eu volto a insistir: você precisa ter âncoras. Precisa ter o absoluto. Senão, você é um niilista, o Joker, o Coringa [das estórias do Batman]. Você não consegue explicar nenhum tipo de postura positiva diante da vida com base no niilismo”.

“De novo: ou são hipócritas [os que nutrem preconceito contra evangélicos] ou são niilistas. E niilistas verdadeiros eu não conheço nenhum. Todo mundo é meio hipócrita, então coloca alguma coisa no lugar [de Deus]: coloca o cachorrinho que comprou, coloca a árvore gaia, abraça igual [no filme] Avatar e tudo, mas olham com desprezo porque são dessa elite cosmopolita, liberal – que é muito simples ser ateu no jantar inteligentinho –, colocam com desdém como se [evangélicos] fossem pessoas inferiores, ignorantes, limitadas, burras, manipuladas todos esses que têm essa crença em Jesus Cristo, na Bíblia, em Deus ou alguma coisa parecida”.

“A bancada [evangélica] é quem resiste à ideologia; ideologia de gênero, kit gay e um bando de atrocidades que essa turma progressista tem, sim, como agenda, inclusive banalizar pedofilia, banalizar um bando de coisa absurda que tem por aí: poligamia, que eles chamam de poliamor (eles vão dando eufemismos e tudo mais). Então, a resistência é a bancada evangélica”, avaliou Constantino.

“Mas, eu vou além. A única vez na vida que eu falei com o Jair Bolsonaro foi por telefone, eu já morava nos Estados Unidos, ele era deputado e ele me ligou. A gente ficou uma meia hora no telefone, eu ri pra caramba porque ele é engraçado, e teve uma hora que ele colocou pra mim: ‘Rodrigo, você precisa entender que a linguagem que eu uso, é a minha, mas enfim, é para um público muitas vezes diferente desse público teu’. E eu fiquei pensando. Ele deu até o exemplo de favela, periferia. Muitas vezes ali, naquela comunidade, a alternativa concreta – eu já falei isso em várias ocasiões – é o pastor ou o traficante. A referência de um moleque que está crescendo numa favela, numa periferia, a referência moral deveria ser sempre o pai, mas via de regra, como ele vai buscar fora esses heróis, ou vai ser o pastor, ou vai ser o traficante. Então, esse pessoal que fica detonando os evangélicos, não é à toa que vem do PSOL, esse pessoal que tem a religião política, ideológica deles, e que – não por acaso – começa a relativizar o crime, a defender bandido, marginal, a ‘revolução dos excluídos’”.

“Dentro da prisão, tem muita gente que encontra sentido em Jesus. E tem um trabalho bem feito de evangélicos dentro das prisões. A turma do PSOL quer combater por quê? Porque é concorrência! Porque eles [de esquerda] querem o bandido, eles defendem a bandidagem. Então, muitas vezes tem essa alternativa binária, sim”.

“De um lado, tem um pastor com essa mensagem. Do outro lado tem a turma que diz que não é para ter freio nenhum, que liberdade é licenciosidade, libertinagem e dar vazão aos seus impulsos. Ou seja, viver sem os freios. Os freios são coisas de ‘pessoas caretas, moralistas, e tudo mais’. Está muito clara essa disputa. O evangélico vai vir com uma mensagem muito binária de bem e mal, existe uma guerra espiritual em jogo. Enquanto que o outro vai vir com uma mensagem da permissividade e do relativismo moral. ‘Quem é ele para julgar, quem é que sabe o que é certo e errado?’. Existe essa disputa moral, cultural e espiritual, até, em curso. E são os evangélicos, protestantes, que oferecem a maior resistência àqueles que são revolucionários, querem subverter toda ordem e espalhar o caos e destruir todos os pilares que permitem a sobrevivência não só da civilização ocidental – judaico cristã –, como o próprio tecido social”, encerrou Rodrigo Constantino.

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