Adrilles Jorge comentou o mais recente ataque do Estado Islâmico a cristãos na África e apontou o globalismo como raiz da fraqueza cultural e social do Ocidente perante adversários que visam subjugar toda a civilização.

O comentário a seguir foi feito no programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan, que recuperou dados da Missão Portas Abertas sobre perseguição religiosa a cristãos ao redor do mundo, com 4.305 mortes apenas em 2019.

O jornalista e escritor declarou que há interesses escusos que mantém a cristofobia à sombra do debate popular: “Isso é grave. A quem interessa o escamoteamento desse tipo de notícia? A gente percebe exatamente o princípio daquilo que se chama globalismo, essa complacência a várias culturas étnicas. […] A multiplicidade cultural tem limites. Você não pode abraçar e ser complacente a quem o esmaga”.

Ele também esclareceu um ponto da fé bíblica amplamente distorcido pela mídia: “Dar a outra face, que é um princípio cristão, não é exatamente deixar o outro te assassinar. Exatamente dar a outra face do perdão quando você ensina o princípio de que aquela pessoa está equivocada e ela necessita de um perdão, uma redenção”.

“Se você for ensinar tolerância a um radical islâmico e dizer que Alá pode, eventualmente, não ter existido, ele vai te decapitar. E a quem interessa o escamoteamento desse tipo de perseguição que sofrem os cristãos?”, questionou, antes de exemplificar um caso recente: “A gente tem, aqui no Brasil, um caso um exemplo sintomático, o Porta dos Fundos, atacando o cristianismo como se fosse um poder opressor”.

“Olha só o que acontece ao redor do mundo: os oprimidos continuam a ser os cristãos. Isso há dois mil anos. Passou por Constantino, passou pela Idade Média […] É lógico que a Igreja Católica cometeu seus eventuais abusos, mas isso não justifica depreciar toda uma cultura cristã que é a base, o alicerce, do humanismo, da generosidade, dos direitos universais do homem. Tudo isso está arraigado no cristianismo”, contextualizou.

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“Esse pseudo progressismo moderno, que é complacente e se abre a quem o esmaga, tem um nome e um conceito: é o relativismo antropológico, que acha que todas as culturas têm seu valor e devem ser respeitadas como tais. Tudo bem […], desde que ajam como cultura, e não como barbárie. Você tem áreas no sul da Turquia, por exemplo, em que mulheres são obrigadas a se casarem com seu estuprador […] porque [o fato de terem sido violadas] é uma desonra para a família. Ora, esse princípio da inviolabilidade do corpo da mulher é um princípio ocidental, da liberdade, inclusive da propriedade – a primeira propriedade de uma pessoa é o corpo. Uma vez eu estava discutindo com uma antropóloga que justificava o assassinato de recém-nascidos na religião ianomâmi porque eles tinham síndrome de Down. […] A gente tem que enfrentar esse tipo de coisa. Esse relativismo cultural permite exatamente que cristãos sejam decapitados por radicais islâmicos porque eles não estão nem aí para esse relativismo: eles querem dominar o mundo pela espada de Alá, de Maomé, que seja. […] Esse diálogo tem que ser travado, porque algumas culturas se travestem de culturas mas na verdade são manifestações bárbaras, e nem toda cultura é legítima por si só e deve ser respeitada por si só. Aquela cultura que imprime a morte, que imprimi um princípio de superioridade e quer massacrar os demais, deve ser defenestrada. O cristianismo se colocou como auge do período histórico de todos os tempos, criou o humanismo, exatamente pelo princípio de tolerância. Agora, quando você subverte esse princípio de tolerância e tira a parte cristã, vira um humanismo pagão, pseudo progressista que é complacente às pessoas que querem assassinar não só as culturas, mas os povos representantes dessas culturas. É muito sintomático que esse tipo de notícia seja escamoteada, porque é como se fosse uma culpa, de parte da mídia e parte da inteliguência (sic) mundial e globalista que quer que essas coisas sejam escamoteadas em nome da construção de um mundo melhor. Ora, esse mundo melhor sendo governador por burocratas de poder, que acham que [sabem] como as pessoas devem pensar, ou se comportar, não vai dar certo nunca, exatamente porque há setores culturais radicais que querem esmagar quem não coaduna com eles”.