O cantor Juliano Son lidera uma iniciativa chamada Impacto Sertão Livre. Em um depoimento sobre as experiências vividas nesse projeto, ele chorou ao lembrar do sofrimento pelo qual muitas crianças passam, inclusive, com algumas sendo enterradas para vencer o frio.
A iniciativa já chegou a mais de 60 povoados e vilarejos do sertão do estado do Piauí, em dez edições. Juliano Son conta que por onde passa, o Impacto Sertão Livre muda histórias e apresenta o Evangelho de forma prática.
O relato mais marcante foi o da experiência vivida na comunidade Cajueiro, em Serra do Inácio, Curral Novo do Piauí, onde os habitantes vivem em situação de miséria e sofrem com temperaturas mais baixas durante o outono e inverno, pois é uma região serrana.
“Uma senhora vivia em uma casinha bem simples de taipa (barro molhado). Por conta do vento e às vezes da chuva, ela chegava a enterrar as crianças até o pescoço para elas não sentirem frio e poderem dormir”, contou o ministro de louvor, que chorou.
Os missionários se comoveram com aquela situação e conseguiram arrecadar R$ 20 mil para doarem cestas básicas e redes que poderiam ser usadas também como cobertores.
A situação de calamidade é tanta em certas áreas que até a ajuda ao próximo vira motivo de desentendimento. Juliano Son contou que essa ação extraordinária de doação para os moradores de Cajueiro causou irritação nas pessoas que vivem em outras localidades do Piauí pois eles consideravam os beneficiados como “preguiçosos”.
“Misericórdia também é favor imerecido. Toda vez que você olhar para alguém e no seu coração você sentir que ‘essa pessoa não merece’, ela é justamente o alvo da misericórdia”, ponderou Juliano Son.
Um dos testemunhos narrados pelo cantor foi o de um homem chamado Valmir, que era temido na cidade de Capitão Gervásio de Oliveira, com fama de “o mais perigoso” do local. Certo dia, os voluntários – conhecidos como “amarelinhos”, por causa das camisetas que os identificam – o visitaram e compartilharam o Evangelho.
“Ele recebeu essa visita como se fosse o Senhor dando a ele uma segunda oportunidade”, relembrou Juliano Son. O homem se entregou a Jesus e meses depois procurou os responsáveis pelo projeto para contar que havia parado de beber, de bater na esposa, e havia passado a se dedicar a estudar a Bíblia e compartilhar a mensagem com as pessoas da vizinhança.
Já em São Francisco do Piauí, uma idosa que não podia andar recebeu o missionários rastejando e, durante a visita, aceitou que orassem por ela: “Fazia seis anos que ela não andava devido um acidente”, contou, revelando que depois da visita ela já conseguia andar. Ela celebrou o Senhor na praça [da cidade]”.
“Que ainda em nossa geração possamos ver esse povo, que por tanto tempo tem clamado em silêncio, ser alcançado por uma igreja avivada pelo Espírito de Deus, que se importa com os pequenos e esquecidos”, concluiu.