A psicóloga Ana Flávia Galante foi convidada do programa Mente Aberta, da Rede Super, para falar sobre um dos temas mais recorrentes do movimento feminista, o “empoderamento feminino“.

Segundo Galante, a visão mais agressiva do assunto, imposta pelo feminismo, representa um grande risco ao equilíbrio das relações, seja no âmbito do casamento, seja num contexto mais amplo da sociedade.

A especialista destacou que há duas formas de entender o conceito de “empoderamento feminino”, sendo que uma delas abre possibilidades, e outra, cria disputa de forças.

Descrevendo o histórico de uma sociedade que desvalorizava a mulher, a psicóloga afirmou que o movimento feminista surgiu da necessidade de trazer equilíbrio às relações, mas que hoje existe um excesso cometido por parte da militância, e que isso é negativo.

“O eixo é o mesmo, só inverteu. Agora quais são os riscos? Onde está o homem? Onde o homem está sendo colocado quando é trazido o empoderamento da mulher? Então, dessa maneira eu não vejo uma parceria. É uma luta onde a mulher não precisa lutar”, opinou.

“É importante a gente fazer uma diferença aqui dos direitos iguais entre o homem e a mulher. Eu vejo como equidade da justiça. Existem situações que são injustas para mulher, por exemplo, o homem que trabalha em determinada função na empresa e uma mulher que nessa mesma empresa e função recebe menos”, ilustrou.

“Mas, isso não quer dizer que seja por meio do empoderamento da mulher, dando poder a ela e diminuindo o poder do homem, que a gente vai resolver essa história. Precisamos buscar o eixo, que é fundamental. Se você percebe que você está em um eixo de competição, pode ter certeza que nesse relacionamento você vai ser responsável pela derrota do outro. É assim que a parceria funciona, se um está em um momento mais difícil, o outro vai sustentar. Isso é parceria, é dar o braço a caminhar junto”, aconselhou Ana Flávia.

Ao final de seu raciocínio sobre o assunto, a psicóloga ponderou que um mergulho no extremismo ideológico pode resultar numa situação de desfecho desfavorável para as mulheres: “Tem várias pessoas estudando sobre isso e buscando entender que nós estamos construindo a solidão das mulheres perante todo esse sentimento que é gerado”, pontuou. “Porque como eu estou podendo tanto eu posso praticamente tudo. Então posso trabalhar, cuidar da minha casa, cuidar do meu filho. Eu posso até mesmo satisfazer as minhas carências e não preciso do homem”, disse, abordando a possibilidade do surgimento de um sentimento equivocado.