As lideranças cristãs têm compartilhado reflexões com o propósito de ajudar os fiéis a escolherem seus candidatos de acordo com valores princípios e valores que sejam condizentes com as raízes do Evangelho, e na ausência de total compatibilidade, escolher “o menos pior”.
O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), abordou a questão explorando o viés da consequência, dizendo que um voto mal escolhido pode ajudar a eleger quem tem bandeiras exatamente opostas às cristãs. Para tanto, o pastor explicou de forma resumida o sistema de quociente eleitoral, responsável por definir quem são os candidatos a deputados estaduais e federais que receberão o mandato das urnas.
“Você sabia que você pode votar em um irmão [na fé] e acabar elegendo um corrupto, um ímpio, um cara que é contra seus princípios? Eu vou te explicar”, introduziu o pastor.
“O voto de deputado estadual e federal é o voto da representação social. Os deputados são eleitos pelo quociente eleitoral, não é apenas pelo seu voto. É o conjunto de votos que o seu partido, ou a sua coligação tem, e onde ele está colocado”, explicou.
Um caso das eleições de 2014 que se encaixa nessa descrição é o do Cabo Daciolo (Patriota), que teve apenas 49,8 mil votos, mas foi eleito deputado federal por conta da ampla votação de outros dois candidatos do PSOL na ocasião, Chico Alencar e Jean Wyllys.
“Se você vota num irmão da igreja que não tem possibilidade nenhuma de ganhar, e você sabe, percebe [isso] – o cara vai ter mil votos, 500 votos, dois mil votos – ele vai ajudar a eleger um ímpio, mas ele não vai ser eleito”, contextualizou Malafaia.
“Eu queria pedir ao povo evangélico: hoje, em todo o Brasil, em todos os estados, nós temos gente que têm possibilidade de ser deputado federal e deputado estadual. Não jogue teu voto fora votando em irmão porque é teu amigo, ou é da tua igreja, mas não tem chance nenhuma de ganhar. Você vai acabar elegendo um ímpio que é contra seus valores”, pediu.
“Acorda, povo de Deus! O voto não é só da pessoa”, enfatizou o pastor. “Se a pessoa não tem condição de se eleger, o voto nele vai ajudar a eleger outro. O voto de deputado estadual e federal é onde vão se fazer as leis que vão governar o país e os estados. É muito importante, é inegociável esse voto. Não dê esse voto para ninguém que não tenha suas convicções”, insistiu.