O pastor Silas Daniel, chefe de jornalismo da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), entrevistou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) dias antes de sua posse.
A vitória nas eleições presidenciais após sobreviver a um atentado que por muito pouco não tirou sua vida foi um dos temas de destaque na entrevista concedida por Bolsonaro, que revelou ter pedido a Deus para que Ele “ilumine” o Congresso Nacional na próxima legislatura, que se inicia em 01 de fevereiro de 2019.
A entrevista foi gravada no dia seguinte à diplomação do presidente eleito, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde está instalado o gabinete de transição de governo.
Bolsonaro demonstrou ainda se emocionar ao lembrar do atentado sofrido em Juiz de Fora (MG): “Obviamente, você tem uma experiência com Deus”, disse o presidente eleito, referindo-se ao fato de que todas as circunstâncias após o atentado colaboraram para que ele se recuperasse.
O presidente pontuou que se dedicou à escolha de nomes capacitados para as funções pois não irá centralizar o poder: “Quem vai governar não vai ser eu. Eu vou ser apenas uma pessoa que vai estar no comando. É como um maestro: o pessoal ali tem que tocar aquela música, e a música é a verdade”, afirmou, referindo-se ao lema de sua campanha, retirado do versículo João 8:32.
“Um país sem tecnologia está condenado a ser escravo dos que têm”, afirmou o presidente, referindo-se ao critério estipulado por ele para nomeações técnicas nos ministérios. “Alguns dizem que eu vou ter dificuldade para governar porque não negociei. Eu posso não ter a fórmula do sucesso, mas sei qual é a do fracasso: fazer exatamente o que os outros vinham fazendo até o momento”, acrescentou.
Em outro trecho da entrevista, o presidente explicou que “muita gente pensa que é imortal”, e disse que a facada o fez temer pelo pior: “Eu só não queria deixar minha filha órfã”, contou o presidente, antes de explicar porque colocou uma Bíblia ao lado de obras literárias sobre a mesa na transmissão ao vivo que fez logo após a divulgação do resultado das eleições. “A ideia de colocar [a Bíblia] – não estava espalhado na mesa – era dar um recado [sobre] o que nós seguimos. Eu costumo dizer – o meu slogan de campanha – Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Esse é o nosso sentimento, é a mensagem que a gente quer passar”.